Sinopsis
É possível enfrentar o niilismo, o hóspede sinistro do século XIX, a partir dos heterônimos de Fernando Pessoa? O livro de Fabrício Machado, Fernando Pessoa, Nietzsche e o niilismo, mostra como é possível fornecer respostas afirmativas desde o(s) poeta(s) Fernando Pessoa no umbral do século XX. Os desafios, as análises e os prognósticos de Nietzsche estão na base, desde a qual se desvela um horizonte sombrio, com a promessa de luzes alvissareiras e fogos-fátuos.
Pessoa foi tocado profundamente pelo horror vacui, pela experiência do nada e do esvaziamento dos horizontes de sentido, de tal modo que suas obras poéticas são monumentos de batalhas memoráveis, com grandes renúncias e anseios por afirmações. É uma perspectiva que pode soar estranha ao Nietzsche que ostenta ser o espírito filosófico afirmativo par excellence. Mas mostra uma estranha afinidade de dois grandes espíritos, em cujas sendas solitárias se interpôs o poder sinistro do nada.
Será que Pessoa teve mais êxito em lidar com as dificuldades para afirmar o sentimento moderno de fugacidade da vida? Em Fernando Pessoa, Nietzsche e o niilismo são apontados caminhos afirmativos de intensificação do sujeito ficcional. Mas será mesmo que as múltiplas vozes de Pessoa e Nietzsche nos falam, mesmo com as ilusões perdidas dos séculos passados, que a afirmação da vida está entranhada no niilismo? Eis uma questão que este livro procura responder com determinação.